quinta-feira, 29 de maio de 2014

Conto produzido



Segredos

          Sempre me chamou a atenção, aquele rapaz. Ele lanchava na mesma lanchonete que eu. Todos os dias, à mesma hora, vejo o entrar, sozinho, elegante com uma roupa muito escura, os cabelos muito lisos e presos. Pisa no chão com passos incertos, o seu corpo era muito magro encurvado, como se carregasse um peso enorme ou um segredo. Sim porque os segredos pesam como fardos.  O seu olhar era triste, desde a primeira vez que vir tive a sensação de algo estranho. Em um belo dia de sol, ele chegou à porta da lanchonete com um olhar diferente, notei que existia alguma transformação fiquei a observar foi então que pude ver tirando do bolso e pondo sobre a mesa. Inclinei-me para ver era uma carta.  Nesse instante pude ver seu olhar com mais brilho aquilo me chamou à atenção era a carta que o transtornaram. E eu pude julgar que tinha algo em relação com seu segredo fosse qual fosse. Os olhos traem.

Muitos meses se passaram.

       Todos os dias, à mesma hora, ele continuou lanchando na lanchonete seu olhar novamente com brilhos apagados parece que o efeito da carta passou. Sei que nunca saberei o que estava escrito ali. E que nunca aquele rapaz vem falar comigo. Mas pelo menos pude descobrir algo. Ao chegar à lanchonete ontem sentou-se à  mesa ao lado da minha. Era o momento de observá-lo bem de perto, vestia uma camisa de manga longas e de cor escura e em curvou os braços para pegar o cardápio e ai pude ver uma marca no seu pulso de uma cicatriz. Um dia, ele quis morrer, e tenho certeza que foi por amor.

 

 

                                                                                                     Ivanilda Vicente Tavares
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